Quem realmente faz a cultura urbana acontecer em Nova Iguaçu?
Primeiro, gostaria de salientar que: historicamente, viemos da junção de uma espécie de conto oriundo do interior do Nordeste com personagens extraídos da literatura ficcional.
Porque não é possível entender como se desenhou a dinâmica da cultura urbana em Nova Iguaçu sem reconhecer que esse esforço é quase sobre-humano, visto que praticamente não existia (existia somente em ALGUMAS ESFERAS), e os poucos bravos resilientes faziam das tripas coração para SUB-EXISTIR nesse oceano de improbabilidades e contradições.
Lembrando algumas andanças recentes, observando e ouvindo, não pude deixar de refletir sobre a nossa região — mais precisamente: Nova Iguaçu – Baixada Fluminense – RJ.
É preciso ter coragem para encarar essa pergunta. Porque, ao contrário do que se vende em discursos oficiais, a cultura urbana daqui não nasceu de políticas públicas nem de investimentos planejados.
Primeiro, gostaria de salientar que: historicamente, viemos da junção de uma espécie de conto oriundo do interior do Nordeste com personagens extraídos da literatura ficcional.
Porque não é possível entender como se desenhou a dinâmica da cultura urbana em Nova Iguaçu sem reconhecer que esse esforço é quase sobre-humano, visto que praticamente não existia (existia somente em ALGUMAS ESFERAS), e os poucos bravos resilientes faziam das tripas coração para SUB-EXISTIR nesse oceano de improbabilidades e contradições.
Ela nasceu da ausência, da necessidade, da revolta.
Lembrando algumas andanças recentes, observando e ouvindo, não pude deixar de refletir sobre a nossa região — mais precisamente: Nova Iguaçu – Baixada Fluminense – RJ.
É preciso ter coragem para encarar essa pergunta. Porque, ao contrário do que se vende em discursos oficiais, a cultura urbana daqui não nasceu de políticas públicas nem de investimentos planejados. Ela nasceu da ausência, da necessidade, da revolta.
Foi a teimosia de alguns que impediu a morte precoce dessa cena. Foram os coletivos de hip hop underground, os MCs de batalha, os DJs que giravam vinil emprestado, os grafiteiros que ousaram colorir muros que a cidade insistia em deixar cinza. Foram grupos de dança de rua, crews de break e rodas que se organizavam sem patrocínio, sem palco, sem aplauso oficial. Esses são os verdadeiros engenheiros da cultura urbana local.
E aqui está a reflexão incômoda: enquanto esses grupos produziam arte e consciência, desafiando o abandono, o que as instituições faziam? No máximo, fechavam os olhos. Em muitos casos, até criminalizavam. A cultura urbana em Nova Iguaçu não foi incentivada; foi tolerada com indiferença ou combatida com repressão.
Mas, ainda assim, ela cresceu. Cresceu porque a periferia tem sede de voz. Cresceu porque o hip hop é mais do que música… é escola, é manifesto, é denúncia. Cresceu porque quem vive nas margens aprendeu a transformar dor em poesia, falta em força, concreto em palco.
Então, quando perguntamos “quem realmente faz cultura urbana em Nova Iguaçu?”, a resposta é direta: não são gabinetes, não são editais ocasionais, não são medalhas entregues em cerimônias oficiais.
São os coletivos underground que se organizam em silêncio, são as batalhas de rima que formam pensadores críticos, são os muros grafitados que gritam onde ninguém quer ouvir.
E talvez a grande provocação seja essa: até quando esses guerreiros terão que lutar apenas para existir, quando poderiam estar ajudando a reinventar toda a cidade?
Não se pode deixar de citar outras manifestações urbanas, mas quis começar por um lugar que sempre foi perseguido e discriminado desde sua concepção.
Mas isso pode ser aprofundado em outra coluna.
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