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Já estamos em um apocalipse Zumbi… só não nos atentamos para isso ainda!

Imagem editada por inteligência artificial

Já estamos em um apocalipse Zumbi… só não nos atentamos para isso ainda!

Nos últimos meses, os EUA (meu foco aqui é a liderança política capitaneada pelo pato ‘Donald’) resolveram ligar o foda-se para o planeta e entraram de sola na já frágil e moribunda situação global. Não vou ficar aqui enumerando nem eviscerando fatos, porque vocês já sabem. Mas já existem promíscuas lideranças por aqui, em terras tupiniquins, fagocitando informações e tentando angariar algum proveito.

Como hienas, ao avistar um animal ferido, vão buscando o melhor momento para atacar as lideranças mais progressistas, tanto de lá quanto daqui.

A corja, dita “cristãos”, certamente iria começar a pulular em nossas entranhas e regurgitar um excremento falacioso, totalmente deturpado. Posso citar a perseguição aos que enumeraram fidedignidades, como, por exemplo, a histeria em torno do fascista, racista, etnocêntrico/xenófobo declarado que levou um “teco” no pescoço durante uma atividade republicana. Nada mais eram do que uma torpe cambada que, aliás, só faltou estar vestida com roupas e túnicas brancas, queimando cruzes.

Temos também, pós-condenação do inelegível, tarifaço e perseguição ao Brasil, na enfadonha tentativa de se fazer a exumação do Bozo.

É o fast-food ideológico da desinformação, servido requentado e indigesto, mas devorado com gosto por quem prefere ódio ao bom senso.

Em suma: lá e cá, a democracia vem sendo reduzida a uma arena circense, onde palhaços fascistas tentam ocupar o centro do picadeiro. Mas não nos enganemos: por trás do riso amarelado e da retórica inflamada, o que sobra é apenas a velha e conhecida pulsão autoritária, sempre ávida por apagar conquistas, mutilar direitos e queimar qualquer esperança de futuro.

No Brasil, o circo não fica atrás.

Depois da condenação e inelegibilidade do Bozo, alguns insistem em ressuscitar o cadáver político do ex-capetão. É como tentar fazer um defunto sorrir com batom e formol: um zumbi eleitoral em decomposição, ainda assim cultuado por devotos que não se importam com o cheiro de enxofre. Paralelamente, jogam tarifas no povo como quem arremessa restos no curral, vendendo a narrativa de perseguição ao “Brasil profundo”.

A diferença é que agora o fascismo vem embalado com marketing, hashtags e reality show. A tragédia virou espetáculo, e o pior é que ainda tem plateia batendo palma.

Por aqui, os recreacionistas do atraso tentam transformar fiascos em epifanias. Pegam um acidente, ou um arranhão, polvilham com retórica de vítima e vendem como martírio. O truque é simples: barulho alto + fatoide = seguidores que batem palma como papagaios.

Eles não contestam ideias; conquistam corações vazios com slogans prontos, mirando no instinto mais básico: o medo de pensar.

Fecho com um recado direto, perfumado de escárnio: continuem com as poses, os memes e as togas de papel; nós vamos continuar contando os números, lendo as sentenças e rindo das promessas furadas. Na longa duração da história, quem sobrevive não é quem grita mais alto, é quem tem razão.

Fim do espetáculo? Os últimos acontecimentos só reforçam o quão adaptáveis estão e dispostos a dobrar as apostas.

Mas… fica um poderoso aprendizado para nós.

A história não canoniza bufões. Ela os arquiva como piadas de mau gosto. E, nesse arquivo, o pato, o bozo e seus discípulos já têm lugar reservado.

Não causa espanto ver que, quando os energúmenos aqui do Brasil são confrontados com documentos, sentenças e números, bate o desespero e a histeria. Esses messias de isopor desmoronam, assim como a aura messiânica evapora, o teatro desmonta e grande parte do público percebe o óbvio: por trás da gritaria não há líder, só vendedor de banha da cobra.

A história, cedo ou tarde, desmascara os charlatães. Ela os despeja na lata de lixo junto com as piadas ruins. E, nesse aterro, já há espaço reservado: para o pato, para o bozo e para todos os seus acólitos.

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Samuca Azevedo é ator, diretor e produtor cultural de Nova Iguaçu. Integrou a primeira formação da Cia Encena de Teatro nos anos 1990 e foi um dos pioneiros do projeto Teatro em Sala. No Movimento Enraizados, estruturou a biblioteca e o telecentro, coordenou projetos como o Pontão de Cultura Preto Ghóez e o Projovem Adolescente, além de organizar oficinas, debates e eventos. Hoje, como presidente do Instituto Enraizados, articula ações culturais, educativas e comunitárias na Baixada Fluminense.

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