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Cinco músicas sobre racismo

John Athayde (boboroshi) derivative work: Mathonius, CC BY 2.0 , via Wikimedia Commons

Cinco músicas sobre racismo

De todos os estilos musicais que existem, vários deles foram criados por influência da cultura negra, e muitas das músicas compostas pelos artistas desses estilos musicais remetem ao dia-a-dia do negro. Nesse aspecto, um assunto recorrente é o racismo que oprime milhões de seres humanos e ameaça a paz nas sociedades onde há racismo.

Desde o blues, até o jazz, o rock n’ roll, o reggae e o hip hop (e como não incluir nessa lista o nosso samba), a música vem como uma ferramenta de mobilização social que faz observações que podem levar ou não, fãs a refletirem sobre essa pauta, pensando nas relações raciais sob um outro ponto de vista.

Todos os estilos são bem-vindos. Eu separei 5 músicas pra gente ouvir, relembrar e pensar sobre a frase de Angela Davis: “em uma sociedade racista, não basta não ser racista: é preciso ser antirracista”.

Ebony and Ivory, que traduzida fica “Ébano e Marfim”, é uma canção composta por Sir Paul McCartney, e gravada em 1982, junto com Steve Wonder. Os dois são excelentes músicos e compositores, e a ideia da canção é representar a convivência harmônica entre negros e brancos, fazendo uma comparação com as teclas do piano, que tem teclas brancas e pretas.

Para garantir uma boa música, teclas das duas cores precisam ser tocadas.
Uma boa sacada de Paul McCartney, que chamou Steve Wonder para gravar a canção antirracista que chegou ao topo das paradas mundiais nos anos 1980.

Strange Fruit é uma canção composta por Lewis Allen, pseudônimo usado pelo poeta e ativista norte-americano Abel Meeropol, nos anos 1930. A letra originalmente era um poema, e remete aos assassinatos cometidos por integrantes do grupo extremista Ku Klux Klan, que frequentemente deixavam pessoas negras mortas penduradas em árvores no sul dos Estados Unidos.

A canção gravada por Billie Holiday e posteriormente por Nina Simone, diz nos versos iniciais:
“Árvores do sul produzem uma fruta estranha, Sangue nas folhas e sangue nas raízes, Corpos negros balançando na brisa do sul, Fruta estranha penduradas nos álamos.”

Strange Fruit foi eleita em 1999, a “Canção do Século” pela revista Time. Para quem não sabia que isso acontecia nos Estados Unidos, recomendo assistir o filme “O Homem do Jazz”.

Aqui no Brasil, Olho de Tigre, do Djonga, virou hino do rap. Praticamente atingiu em cheio os antirracistas mais novos, e o refrão, pra alguns pode parecer polêmico porque manda colocar fogo nos racistas, nos shows ao vivo em que estive, é a hora da roda punk!

ChatGPT-Image-18-de-set.-de-2025-02_29_27-1024x683 Cinco músicas sobre racismo
Imagem gerada por Inteligencia artificial

Movimentos não violentos, como o de Martin Luther King, ficariam contrariados com o que propõe Djonga, mas Olho de Tigre mostra que ainda existe preocupação social no rap: “Sensação sensacional – Fogo nos Racistas”.

Racismo é Burrice, de Gabriel o Pensador, regravada pelo grupo Detonautas Roque Clube, e se tornou um exemplo do lugar de fala do artista branco na luta antirracista. O racismo é um problema de toda a sociedade, e lugar de fala todo mundo tem. Uma pessoa negra tem seu lugar de fala, assim como uma pessoa que mora na favela, e da mesma forma, uma pessoa que tem consciência de seu privilégio em uma sociedade desigual.

Original de 1993, fez barulho na época, e só lamento que hoje, no ano de 2025, ela ainda esteja atual. Melhoramos, mas ainda há muito a caminhar.

Finalmente, Cota Não Esmola, da cantora e compositora mineira Bia Ferreira, explica e defende uma das poucas políticas de equidade racial existentes no Brasil desde que foi declarado o fim da escravidão.

As sequelas deixadas pelo sistema escravista ainda precisam ser sanadas. As cotas nas universidades públicas são algo como plantar sementes, pois vagarosamente inclui pessoas negras num espaço transformador, onde o conhecimento é transmitido para desenvolver a alma, a sociedade e também proporcionar empregos melhores aos descendentes dos escravizados.

Só de lembrar que em 1997, os Racionais MCs falavam em “Capítulo 4, Versículo 3” que “nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos eram negros”, e hoje, chegamos perto dos 45%, é prova que a política de ação afirmativa está funcionando.

Se teve curiosidade em conhecer alguma dessas músicas, seguem aqui os links:

Ouça e reflita sobre como podemos agir de maneira antirracista sempre.

Nossos passos vêm de longe e ainda tem muita estrada pra andar, e muita música pra escutar. Axé.

Ebony and Ivoryhttps://www.youtube.com/watch?v=fXAlfh6QKQs
Strage Fruithttps://www.youtube.com/watch?v=-DGY9HvChXk
Olho de Tigrehttps://www.youtube.com/watch?v=C0kWJf_LBWc
Racismo é Burricehttps://www.youtube.com/watch?v=wH1HEhdrK10

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