Por que o pior presidente da história do Brasil ainda não foi preso?
Olá gente boa, como prometido, mais uma segunda-feira e cá estou eu com minha segunda coluna nessa casa. Desde já agradeço a leitura e te convido pra refletir comigo sobre o ponto central deste texto, que trago no título. Uma questão. Porque esse criminoso ainda não está na cadeia?
A verdade é que eu não sei a resposta, mas desde que Jair Bolsonaro foi eleito presidente, passei a observar com atenção tanto ele quanto seus seguidores. Com o tempo, percebi que existem diferentes perfis de bolsonaristas. De um lado, estão os oportunistas — gente que sabe exatamente o que está fazendo, que usa o bolsonarismo como plataforma para praticar atos de crueldade, garantir privilégios e lucrar, são os sangue ruim do bonde. Do outro, estão pessoas da mesma classe social que eu, trabalhadores e trabalhadoras que, por algum motivo (talvez por encontrarem um porto seguro para seus próprios preconceitos), acabaram se identificando com a pauta da extrema-direita. É aquele retrato do meme clássico: a barata que vota no inseticida. Esses são mais burrinhos, mas fazem estrago também.
“A barata que vota no inseticida”.
Em meus 46 anos, nunca vi um político tão tosco, desprezível e nocivo como Bolsonaro. Ele não só representa o que há de pior na política brasileira (por isso tem que ser banido), como também multiplicou sua lógica entre familiares, aliados e seguidores. Quando ele venceu a eleição, aquilo mexeu profundamente comigo. Senti vergonha de ter um presidente como ele e, ao mesmo tempo, uma necessidade de entender como chegamos a esse ponto. Hoje fico debocho com gosto dos norte americanos.
Esse incômodo foi tão grande que resultou em um disco que gravei no início do período da polarização. Curiosamente, as letras não falavam diretamente de Bolsonaro, mas da velha disputa entre esquerda e direita tradicional. Só que, no processo de lançar os clipes, fui perseguido por bolsonaristas, mas ainda assim continuei com a guarda baixa.
“Senti vergonha de ter um presidente como ele“.
Durante muito tempo, eu tinha a postura de não influenciar o voto de ninguém. Achava que cada pessoa devia ter sua própria consciência política. Ledo engano. A eleição de Bolsonaro me fez sentir culpa. Quando se aproximou a chance de uma reeleição, percebi que não poderia assistir de braços cruzados. Eu sabia que eles jogariam baixo — e jogaram bem baixo, hoje temos provas e mais provas de que eles usaram até a polícia federal para não permitir que eleitores do seu adversário, neste caso o Lula, não conseguissem chegar a tempo de votar. Então decidi mergulhar numa campanha intensa pelo Lula, não só para derrotar Bolsonaro, mas na esperança de vê-lo preso.
Minha expectativa era que sua prisão acontecesse já no início do governo Lula, como no dia 08 de janeiro, mas como vocês já sabem, os bolsonaristas sangue ruim e burrinhos tentaram dar um golpe. E o Bolsonaro estava nos Estados Unidos, pois havia fugido para não entregar a faixa ao presidente eleito.
Hoje já há quem diga que Bolsonaro é o grande mandante e articulador desse golpe fracassado.
Vemos também a persistência de um ex-presidente desesperado, que até mandou o filho para os Estados Unidos para tramar contra os interesses do Brasil, apoiando tarifas de Donald Trump que prejudicam diretamente a nossa economia. Como pode alguém cometer tantos crimes contra a própria nação e ainda estar solto? (Essa pergunta cabe pro pai e pro filho agora).
A resposta talvez esteja na política: deixar Bolsonaro “sangrar”, como diz meu amigo Mad. E ele está sangrando. Desesperado, tentando manipular de todas as formas, mas encurralado por um conjunto de provas irrefutáveis. A cada novo movimento da Justiça, fica mais claro que o cerco está fechado.
Por isso, minha aposta é que este ano o Natal vai chegar antes: em setembro. Especificamente perto do dia 12, quando deve ocorrer o julgamento que pode decretar a prisão de Bolsonaro. Infelizmente, ele não dividirá cela comum com o povo que tanto desprezou. Terá regalias que o cargo lhe concedeu. Mas, ainda assim, será uma marca histórica.
É triste saber que esse energúmeno entrou para a história como presidente do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, é justo que entre também como o pior presidente que já tivemos. Vamos ter que conviver com essa mancha, mas também com a memória da resistência que derrotou o bolsonarismo nas urnas.
E se setembro realmente for o mês da prisão, que venha o Natal fora de época: Papai Noel vestindo vermelho comunistão e trazendo, no saco de presentes, a notícia que o Brasil espera — a prisão do capitão.
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